A Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ) está enviando a agências da cidade uma solicitação de proposta de preço para “serviços de comunicação digital”, que desencadeou dúvidas no mercado: a CMRJ teria aberto pregão para contratar a empresa digital mais barata?
A Janela conseguiu conversar com a diretora de comunicação da casa dos vereadores cariocas, Priscylla Almawy, que esclareceu que a Câmara já iniciou , sim, procedimentos internos para licitar sua agência digital. E, que, além disso, provavelmente ainda no primeiro trimestre de 2022, abrirá outra concorrência para agência de publicidade.
O objetivo, explica Almawy, será não apenas prestar contas à população das atividades dos vereadores, como convocar os próprios cariocas a participarem mais das discussões municipais, através dos canais digitais que serão abertos. Mas ela garante que as duas licitações não terão o preço como fator decisório, e sim a capacidade técnica das licitantes.
A Janela também entrou em contato com o setor de “Registro de Preços” da Câmara, responsável pela mensagem enviada recentemente, recebendo o esclarecimento de que o objetivo da solicitação está sendo meramente dar embasamento à área de comunicação da CMRJ. Ou seja, o termo utilizado no e-mail, de “proposta de preço”, é que pode estar gerando mal entendidos.
Tanto que, independente do que elas forneçam agora em resposta ao e-mail, quando forem participar da futura licitação, precisarão repetir todas as informações em sua documentação, no envelope tradicionalmente conhecido como… “propostas de preço”.
Seleções inéditas?
A Janela não conseguiu localizar, em seu histórico, que agências de publicidade ou agências digitais já teriam atendido a Câmara Municipal do Rio, ou mesmo qual seria a verba que o órgão pudesse ter anteriormente investido em comunicação.
Mas no “termo de referência” que as agências também estão receberam e que servirá de base para o futuro edital, encontramos que a verba da CMRJ para o contrato com sua agência digital será de R$ 6,6 milhões, sendo R$ 6 milhões para a execução dos produtos e serviços digitais e R$ 600 mil para produtos não precificados, despesas com deslocamentos e hospedagens.
Ainda no projeto, descobre-se que as agências interessadas na conta digital da CMRJ terão como desafio “elaborar estratégia digital de comunicação para divulgar duas leis que entraram em vigor em 2021”. Uma delas proíbe o reboque de veículos que não apresentem o talão de estacionamento pego, e outra obriga os supermercados e similares a higienizar carrinhos e cestas de compras contra a Covid-19.